Projeto ANDORINHA
O Núcleo Refazenda dentro de sua perspectiva de inclusão, oferece no presente projeto aulas de língua e cultura brasileiras aos imigrantes refugiados, adultos e crianças, que estão vivendo na cidade de São Paulo.
Atuando desde o segundo semestre de 2015 em parceria com o SEFRAS (Serviço Franciscano de Solidariedade) e o CRAI (centro de referência e acolhida para imigrantes), o projeto contou com 45 alunos em sua primeira etapa e pretende ampliar o número de vagas para 75 em 2016. Toda a estrutura é mantida a partir de doações e o trabalho de todos os colaboradores é voluntário.
A formação contempla dois módulos de curso, 3 meses cada, nos quais são ministrados conteúdos linguísticos e culturais indispensáveis para a autonomia desta população em sua nova etapa de vida, promovendo a inserção no mercado de trabalho e na vida social e cultural da cidade. Objetivos gerais: Oferecer aulas de língua e cultura para imigrantes refugiados moradores da cidade de São Paulo, visando contribuir para a integração desta população no mercado de trabalho e na vida social e cultural da cidade.
* A identidade visual do Projeto Andorinha foi desenvolvida pela artista plástica Carolina Rubira.
OBJETIVOS
Oferecer aulas de língua e cultura para imigrantes refugiados moradores da cidade de São Paulo, visando contribuir para a integração desta população no mercado de trabalho e na vida social e cultural da cidade.
Objetivos específicos:
Oferecer, a partir de um programa pedagógico desenvolvido especificamente para este público, aulas que contemplem as principais necessidades do dia a dia desta população, oferecendo-lhes os recursos linguísticos necessários para a clara e objetiva comunicação com os interlocutores brasileiros nas situações mais diversas como: matricular uma criança na escola, procurar um emprego, solicitar a regularização dos documentos pessoais, elaborar um currículo, contar sua história de vida, falar sobre suas atividades cotidianas, seus costumes, gostos e preferências. Solicitar uma consulta médica, pedir uma informação de localização, fazer um boletim de ocorrência, fazer compras, ir ao banco, procurar um lugar para morar.
Capacitar os professores para que eles possam oferecer aos alunos uma formação linguística e cultural adaptada à sua realidade sem incorrer em preconceitos, generalizações e estereotipias.
Fornecer e simular situações reais do dia a dia para que os alunos saibam como reagir linguística e culturalmente a elas.
INTRODUÇÃO
A realidade na qual se insere o presente projeto é caracterizada por dificuldades consideráveis de integração e inclusão da população de imigrantes refugiados na cidade de São Paulo e em outras capitais do país.
Dados da ACNUR (alto comissariado das nações unidas para refugiados) mostram que o número de refugiados no mundo, até o final de 2014, ultrapassou a cifra dos 59,5 milhões de pessoas. Considerando que o aumento se deu de forma repentina (em 2012 o número total somava 45 milhões) poucos foram os países que tiveram tempo para se organizar em termos de políticas públicas para receber essa população. Tendo os sírios como o grupo que mais vem se deslocado em busca de novas oportunidades, o Brasil também integra este cenário de falta de estrutura. Segundo estudo realizado pelo Ministério da Justiça, há no país mais 8.500 refugiados registrados e a grande maioria não conhece o idioma, não tem renda mensal, tem dificuldades para encontrar trabalho, tirar documentos, revalidar diplomas, matricular os filhos na escola.
Esta situação faz com que a integração na sociedade e o processo de conquista da autonomia fiquem comprometidos e que muitas destas pessoas acabem se juntando à parcela da sociedade que não tem acesso aos direitos básicos mínimos exigidos para o bem-estar de qualquer indivíduo.
As causas deste problema estão relacionadas com inexistência de políticas públicas específicas, com os despreparo dos serviços de acolhimento dos governos federais, estaduais e municipais, com barreiras de ordem linguística e cultural e com a baixa oferta de programas que promovam a inserção destes grupos na sociedade.
Como resultado temos um número cada vez maior de imigrantes sem documentação, moradia, trabalho. Crianças fora da escola por muito tempo, situação esta que agrava os problemas causados pelos traumas vividos em seus países de origem, comprometendo ainda mais o desenvolvimento emocional e cognitivo.
É sobre este problema e suas respectivas causas que o presente projeto pretende atuar por meio de ações que ofereçam um primeiro acolhimento, entendendo que romper a barreira do idioma é um dos mecanismos mais eficazes e necessários para a conquista da autonomia e da inclusão social. Desta forma, propomos desenvolver programas de cursos de português para estrangeiros dentro da perspectiva denominada PLAC (português como língua de acolhimento). Esta vertente se estrutura em termos de conteúdo pedagógico a partir das necessidades básicas do dia a dia (apresentação pessoal, vocabulário médico, meios de transporte, busca de um emprego, alimentação, números, formas de pagamento) e ajuda os alunos a desenvolverem as competências linguísticas necessárias para estabelecer um primeiro contato de qualidade com a realidade brasileira que lhes permitam reorganizar suas trajetórias de vida.